quarta-feira, 11 de abril de 2012

Discursiva – Redação, destinado aos concursos organizados pela Fundação Carlos Chagas.

Estratégia Concursos para elaborar o curso de Discursiva – Redação, destinado aos
concursos organizados pela Fundação Carlos Chagas
Fabiano Sales, contato por meio do e-mail fabianosales@estrategiaconcursos.com.br. Responderei o mais breve possível.
bjetivo neste curso é prepará-lo(a) para elaborar prova Discursiva – Redação relativa a temas da ATUALIDADE, conforme frequentemente ocorre nos concursos organizados pela Fundação Carlos Chagas.
Neste momento, tecerei algumas informações de extrema importância acerca
da prova de redação da citada banca examinadora.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS
Os critérios de avaliação da banca Fundação Carlos Chagas são os seguintes:
Conteúdo – até 40 (quarenta) pontos
a) perspectiva adotada no tratamento do tema;
b) capacidade de análise e senso crítico em relação ao tema proposto;
c) consistência dos argumentos, clareza e coerência no seu encadeamento.
A nota será prejudicada, proporcionalmente, caso ocorra uma abordagem tangencial, parcial ou diluída em meio a divagações e/ou colagem de textos e de questões apresentados na prova.
Estrutura – até 30 (trinta) pontos
a) respeito ao gênero solicitado;
b) progressão textual e encadeamento de ideias;
c) articulação de frases e parágrafos (coesão textual).
Expressão – até 30 (trinta) pontos
A avaliação da expressão não será feita de modo estanque ou mecânico,mas sim de acordo com sua estreita correlação com o conteúdo desenvolvido.
A avaliação será feita considerando-se:
a) desempenho linguístico de acordo com o nível de conhecimento exigido;
b) adequação do nível de linguagem adotado à produção proposta e coerência no uso;
c) domínio da norma culta formal, com atenção aos seguintes itens: estrutura sintática de orações e períodos, elementos coesivos; concordância verbal e nominal; pontuação; regência verbal e nominal; emprego de pronomes; flexão verbal e nominal; uso de tempos e modos verbais; grafia e acentuação.
Na aferição do critério de correção gramatical, por ocasião da avaliação do desempenho na Prova Discursiva - Redação, poderão os candidatos valerem-se das normas ortográficas em vigor antes ou depois daquelas implementadas pelo Decreto Presidencial nº 6.583, de 29 de setembro de 2008, em decorrência
do período de transição previsto no parágrafo único, do art. 2º, da citada norma, que estabeleceu o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa:
“A implementação do Acordo obedecerá ao período de transição de 1o de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012, durante o qual coexistirão a norma ortográfica atualmente em vigor e a nova norma estabelecida.”
Em outras palavras, nas provas de Redação organizadas pela Fundação Carlos Chagas, você poderá escrever “geléia” (antiga regra) ou “geleia” (nova ortografia); “epopéia” (antiga regra) ou “epopeia” (nova ortografia); “microondas” (antiga regra) ou “micro-ondas” (nova ortografia); enjôo (antiga regra) ou enjoo (nova ortografia), semi-rígida (antiga regra) ou semirrígida (nova ortografia).
É importante frisar, entretanto, que a banca examinadora da FCC NÃO admitirá a mistura de regras. Sendo assim, recomendo o seguinte:
- se você ainda não tem total segurança para aplicar as novas regras ortográficas:
use as normas antigas, pois estas ainda estão em vigência e, consequentemente,serão aceitas pela Fundação Carlos Chagas.
- se você já se sente seguro para aplicar as novas regras ortográficas: utilize-as à  vontade.
Esse bate-papo é importante a fim de chamar sua atenção para o critério de expressão – grafia e acentuação, o qual é de suma relevância. Erros ortográficos acarretam a perda de pontos fundamentais para sua aprovação.
Alguns alunos sempre me perguntam: “Fabiano, a FCC pode atribuir nota zero à minha redação?”. Meu/Minha amigo(a), a resposta encontra-se nos editais reguladores dos concursos organizados pela Fundação Carlos Chagas. Veja:
“Será atribuída nota ZERO à redação que:
a) fugir à modalidade de texto solicitada e/ou ao tema proposto;
b) apresentar textos sob forma não articulada verbalmente (apenas com desenhos,números e palavras soltas ou em versos) ou qualquer fragmento de texto escrito fora do local apropriado;c) for assinada fora do local apropriado;
d) apresentar qualquer sinal que, de alguma forma, possibilite a identificação do candidato;
e) for escrita a lápis, em parte ou em sua totalidade;
f) estiver em branco;
g) apresentar letra ilegível e/ou incompreensível.”
Outra dúvida muito recorrente refere-se ao número de linhas da redação.Em geral, ao elaborar a Prova Discursiva – Redação, você deverá observar os limites mínimo de 20 (vinte) linhas e máximo de 30 (trinta) linhas, sob pena de perda de pontos a serem atribuídos à Redação. Essa é a regra.Caro(a) aluno(a), caso o edital de seu concurso apresente limites mínimo emáximo diferentes, recomendo que você obedeça rigorosamente ao “comando”preestabelecido, a fim de que não perca pontos fundamentais para sua aprovação.
Esses critérios são comuns a qualquer prova da Fundação Carlos Chagas.
DA(S) PROPOSTA(S) TEMÁTICA(S)
Em geral, os concursos organizados pela Fundação Carlos Chagas apresentam uma (ou duas) proposta(s) temática(s) acerca de tema da atualidade, a respeito da(s) qual(is) o candidato deverá desenvolver a redação. Por exemplo, no concurso para o TRT-2ª Região, realizado em 2008, a banca examinadora
apresentou a seguinte proposta:
(FCC-2008/TRT - 2ª Região)
1. Atente para o texto que segue:
Desculparia de bom grado em nosso povo e tendência para não admitir como modelo e regra de perfeição moral senão os próprios usos e costumes, pois é defeito generalizado, não somente no homem comum como em quase todos os homens, reconhecer e seguir apenas o que se praticou desde o berço. (Montaigne)
2. Aproveite as ideias desse texto para resolver uma dissertação, na qual você exporá seu ponto de vista acerca do seguinte tema: 
A transitoriedade das leis atende ao permanente senso de justiça.
DESENVOLVIMENTO
O primeiro passo é ler atentamente o que se pede na questão:
“Aproveite as ideias desse texto para resolver uma dissertação, na qual você exporá seu ponto de vista acerca do seguinte tema:
A transitoriedade das leis atende ao permanente senso de justiça.” Como a banca pediu que você, candidato, apresente o ponto de vista, a estrutura do texto deve ser dissertativo-argumentativa.
Outro aspecto importante a ser observado refere-se ao tema central, que está contido na frase “A transitoriedade das leis atende ao permanente senso de justiça”. Porém, note que a proposta temática é obscura. Para entendê-la, recomendo analisar o significado das palavras-chave. Por exemplo, no contexto,
o vocábulo “transitoriedade” nos remete àquilo “que é breve, passageiro”, ou seja,significa “mudanças”. Perceba que há um aparente paradoxo (contraste) com a outra palavra-chave “permanente” (o que é duradouro, estável).
E por que a FCC misturou essas palavras? Fazendo uma “ponte” com o texto motivador, a banca examinadora provavelmente quis induzi-los à seguinte inferência: “por não admitirem perfeição moral, as leis são transitórias e modificadas para adequar-se ao senso de justiça, o qual é permanente por basear-se nos usos e costumes”. Em outras palavras, ao elaborar o texto, poderemos abordar a temática da seguinte forma:
“o permanente senso de justiça implica necessárias mudanças nas leis”.
Feita a decodificação da proposta temática, estaremos aptos a redigir o texto.
INTRODUÇÃO
O parágrafo de introdução deve retomar a ideia/palavra-chave da proposta temática contida no texto de apoio e, também, apresentar o posicionamento do redator (tópico frasal).
Exemplo:
A transitoriedade das leis é um fato incontestável em qualquer sociedade e ordenamento jurídico-democrático. Essa mudança revela os atuais entendimentos dos tribunais, a adequação dos direitos às obrigações, bem como efetiva a prestação jurisdicional
Veja que, no parágrafo de introdução, houve a retomada da ideia-chave do tema – “transitoriedade das leis” –, bem como o posicionamento do autor do texto – “A transitoriedade das leis é um fato incontestável em qualquer sociedade e ordenamento jurídico-democrático”.Além disso, o redator apresentou os argumentos que deverão ser fundamentados nos parágrafos de desenvolvimento – “entendimento dos tribunais”, “adequação dos direitos às obrigações” e “efetiva a prestação jurisdicional”. Ademais, o parágrafo foi dividido em dois períodos, deixando o texto mais claro e conciso.
DESENVOLVIMENTO
Para a manutenção da coerência estrutural, a quantidade de parágrafos deve corresponder ao número de argumentos apresentados no parágrafo de introdução.
Já que o autor apresentou três argumentos no início do texto, devemos separá-los em três parágrafos distintos.
Um lembrete importante: a extensão do parágrafo é determinada pela unidade temática, já que cada ideia central deve corresponder a um parágrafo.
Exemplos:
Primeiramente, no tocante aos recentes entendimentos dos tribunais, é evidente que usos e costumes influenciam a forma de interpretar as leis. Os magistrados interpretam a lei, aplicando-a ao caso concreto e proporcionando um senso de justiça aos diplomas legais. Em inovador entendimento, por exemplo, o Superior Tribunal de Justiça garantiu aos candidatos aprovados no quantitativo de vagas oferecidas nos editais, que são as leis internas dos concursos públicos, o direito líquido e certo à nomeação.
Perceba algo interessante: o autor empregou um nexo textual “Primeiramente”, situando o leitor e proporcionando maior coesão ao texto. Além disso, apresentou a ideia do primeiro argumento de forma clara e objetiva: “(...) no tocante aos recentes entendimentos dos tribunais, é evidente que usos e costumes
influenciam a forma de interpretar as leis”.
Em seguida, demonstrou uma comprovação para o que citou anteriormente:
“(...) o Superior Tribunal de Justiça garantiu aos candidatos aprovados no quantitativo de vagas oferecidas nos editais, que são as leis internas dos de concursos públicos, o direito líquido e certo à nomeação”. Lembre-se de que a fundamentação é essencial nas provas da FCC!
Por sua vez, a readaptação das leis é primordial para a adequação dos direitos às obrigações. A revogação de certas práticas, antes consideradas crimes, como o adultério, e a criação de outras, como o assédio
sexual, por exemplo, ratificam a necessidade de alteração. No entanto,algumas inovações legislativas não lograram total êxito na prática, tal como a lei que obriga a presença do “kit” de primeiros-socorros nos veículos.
Novamente, o autor empregou um nexo textual – “Por sua vez” –,proporcionando uma ligação ao parágrafo anterior. Perfeito! Note, ainda, que, no terceiro parágrafo, o autor discorreu sobre a “adequação dos direitos às obrigações”(2º argumento apresentado na introdução).
Veja que o tópico frasal é claro e objetivo: “(...) a readaptação das leis é primordial para a adequação dos direitos às obrigações”. No transcorrer desse parágrafo, citou exemplos para fundamentar o tópico frasal apresentado: “adultério”,“assédio sexual” e “presença do “kit” de primeiros-socorros nos veículos”.
 A mudança nas leis torna a prestação jurisdicional mais efetiva,aceitável e compatível com os anseios da sociedade. É inaceitável aplicar uma lei defasada apenas pelo fato de ela constar como de observância imperativa. Por exemplo, ainda que jogar lixo pela janela do carro sujeite o infrator à pena de multa, este é o costume de muitas pessoas.
Veja que o tópico frasal está bem definido: “A mudança nas leis torna a prestação jurisdicional mais efetiva, aceitável e compatível com os anseios da sociedade”.
A seguir, o autor fundamentou o que disse anteriormente com o exemplo “(...)ainda que jogar lixo pela janela do carro sujeite o infrator à pena de multa, este é o costume de muitas pessoas”.
Perceba, ainda, que o parágrafo está bem dividido em períodos, facilitando a compreensão por parte do leitor-avaliador.
CONCLUSÃO
Logo, a transitoriedade das leis é fundamentalmente necessária e incontestável, social e juridicamente. Para isso, é preciso combinar a melhor forma de interpretação dos dispositivos legais com as necessidades da
sociedade.
Chegamos ao último parágrafo – o da conclusão. Lembre-se de que este segmento textual deve refletir/retomar o que foi apresentado na introdução, ou seja, não devem ser inseridos novos argumentos ou novas ideias.
Aqui, é importante chamar sua atenção: para empregar conjunções conclusivas (logo, portanto, por conseguinte etc.), é necessário que haja uma relação de natureza lógica (progressão temática) com os demais parágrafos do texto. O simples emprego do conectivo não é suficiente para relacionar o parágrafo da conclusão com os do desenvolvimento e o da introdução, ok?Perceba que, no parágrafo apresentado acima, o autor empregou o conectivo conclusivo “Logo”. Veja, também, que houve a retomada da introdução “a transitoriedade das leis é fundamentalmente necessária e incontestável, social e juridicamente”.
Por fim, a conclusão apresentou um posicionamento final: “(...) é preciso combinar a melhor forma de interpretação dos dispositivos legais com as necessidades da sociedade”, enquadrando-se na denominada conclusão-proposta.
O texto completo ficou da seguinte forma:

        A transitoriedade das leis é um fato incontestável em qualquer sociedade e ordenamento jurídico-democrático. Essa mudança revela os atuais entendimentos dos tribunais, a adequação dos direitos às obrigações,bem como efetiva a prestação jurisdicional.
            Primeiramente, no tocante aos recentes entendimentos dos tribunais, é evidente que usos e costumes influenciam a forma de interpretar as leis. Os magistrados interpretam a lei, aplicando-a ao caso concreto e proporcionando um senso de justiça aos diplomas legais. Em inovador entendimento, por exemplo, o Superior Tribunal de Justiça garantiu aos candidatos aprovados no quantitativo de vagas oferecidas nos editais, que são as leis internas dos concursos públicos, o direito líquido e certo à nomeação.
           Por sua vez, a readaptação das leis é primordial para a adequação dos direitos às obrigações. A revogação de certas práticas, antes consideradas crimes, como o adultério, e a criação de outras, como o assédio sexual, por exemplo, ratificam a necessidade de alteração. No entanto, algumas inovações legislativas não lograram total êxito na prática, tal como a lei que obriga a presença do “kit” de primeiros-socorros nos veículos.
              A mudança nas leis torna a prestação jurisdicional mais efetiva, aceitável e compatível com os anseios da sociedade. É inaceitável aplicar uma lei defasada apenas pelo fato de ela constar como de observância imperativa. Por exemplo, ainda que jogar lixo pela janela do carro sujeite o infrator à pena de multa, este é o costume de algumas pessoas.
           Logo, a transitoriedade das leis é fundamentalmente necessária e incontestável, social e juridicamente. Para isso, é preciso combinar a melhor forma de interpretação dos dispositivos legais com as necessidades da sociedade.

Mediante o que foi apresentado até o momento, este curso terá por objetivo:
a) reconhecer as diferentes tipologias textuais (narração, descrição, injunção e dissertação);
b) apresentar e proporcionar a reflexão acerca dos defeitos e das qualidades de  textos dissertativos;
c) expor os mecanismos de coerência e coesão;
d) conhecer a estrutura de textos dissertativos (dissertação passo a passo);
e) planejar e construir o texto dissertativo (planejamento redacional);
f) desenvolver as propostas temáticas apresentadas;
g) elaborar redações (com correção individual).

Prof. Fabiano Sales (fabianosales@estrategiaconcursos.com.br)












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